quinta-feira, 10 de abril de 2008

Centros de saúde abertos até chegada do helicóptero

A ministra da Saúde garantiu em Bragança que o atendimento à noite nos centros de saúde do distrito de Bragança, se mantém até estar instalada e testada a rede de emergência pré hospitalar




Desde Janeiro deste ano que se aguarda pela chegada de um helicóptero que vai ficar sedeado em Macedo de Cavaleiros e servir todo o distrito de Bragança em situações de urgência. O equipamento vai integrar a rede de emergência préhospitalar que, quando instalada e testada, levará ao encerramento dos centros de saúde à noite, feriados e fins-de-semana. Esta decisão consta do protocolo assinado em finais de Abril do ano passado pelos autarcas do distrito e pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), uma política que, ao que tudo indica, vai ser seguida à letra pela actual ministra da Saúde, Ana Jorge. De visita a Bragança a governante deixou claro que manter uma “porta aberta” nos centros de saúde não significa “segurança” para os utentes. “Quando o caso de saúde é grave os utentes devem ser encaminhados para uma verdadeira urgência Hospitalar”, argumentou considerando que manter os centros de saúde abertos com um médico em presença física ou à chamada, não garante a resposta necessária. O referido protocolo estipulava que no prazo de um ano os meios de socorro deviam estar todos instalados mas continua a faltar o helicóptero, um dos equipamentos mais importantes. “O processo de aquisição do helicóptero é complexo, houve atrasos que ultrapassaram a nossa vontade”, disse sem revelar exactamente quando vai chegar esse meio à região. “O que posso garantir é que enquanto não estiver essa rede de emergência a funcionar nada vai encerrar”, reforçou. Ana Jorge esteve recentemente no distrito para visitar e inaugurar diversos equipamentos, nomadamente, no Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE), onde “inaugurou” o novo pavilhão de consulta externa, em funcionamento desde finais de 2007. “Estas obras trazem maior humanização aos serviços que aqui são prestados”, comentou depois de
visitar o novo espaço que reúne agora as consultas das diversas especialidades anteriormente dispersas por todo o Hospital. No entanto, o presidente do conselho de administração do CHNE, Henrique Capelas, apontou uma falha à obra: “Precisava de uma sala de espera ainda maior”, disse. Isto porque apesar de as consultas serem marcadas por hora, uma boa parte dos utentes surge logo pela manhã que é quando chegam à cidade os autocarros oriundos dos diversos concelhos. “As pessoas só têm transporte de manhã e como não têm para onde ir até à hora da consulta vêm para a aqui”, constatou justificando desta forma o facto da sala de espera estar constantemente lotada. Henrique Capelas aproveitou ainda a presença da governante para sumariamente lhe apresentar o projecto de remodelação em curso no Hospital de Bragança, explicando-lhe também a importância de outros projectos desenvolvidos nas unidades de Macedo e Cavaleiros e Mirandela. Em Macedo de Cavaleiros Ana Jorge visitou as duas novas salas do bloco operatório, que funcionam com cirurgias programadas, essencialmente na área da ortopedia e otorrino. Esta obra custou dois milhões de euros e está a funcionar já desde Junho de 2007. Ainda em Macedo de Cavaleiros estão em curso as obras de remodelação do antigo centro de saúde que vai dar lugar a uma unidade de convalescença. As obras arrancaram em Março deste ano.




Centro de cirurgia de ambulatório vai acabar com listas de espera


Em Mirandela, com um custo também de dois milhões de euros, foi inaugurado o Centro de Cirurgia de Ambulatório e o Laboratório de Analises Clínicas. As cirurgias de ambulatório podem acabar com as actuais listas de espera que, por exemplo, na área da oftalmologia chegam aos seis meses. “Temos nesta altura 454 utentes em lista de espera para pequenas cirurgias oftalmológicas”, informou o director de serviços, Faria Pires. Este especialista era o único que fazia estas pequenas cirurgias em Mirandela e vai passar a contar com o reforço de mais três oftalmologistas de Bragança, o que significa que em pouco tempo a lista de espera pode ser reduzida para menos de um mês. Ana Jorge admitiu, inclusive, a possibilidade

do CHNE vir a estabelecer um protocolo com a ARSN, no sentido de “combater as listas de espera de outros Hospitais noutros distritos”. A governante, depois de visitar as instalações, garantiu que a nível de equipamentos e tecnologias este centro está ao nível “dos melhores da Europa”.


Escrito por Ana Fragoso in "A Voz do Nordeste" (10-4-2008)

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