quarta-feira, 23 de abril de 2008

Simulacro testa resposta do hospital de Bragança em catástrofe


A capacidade de resposta do Hospital de Bragança em situações de catástrofe esteve à prova no sábado à noite.
Realizou-se um simulacro com 30 feridos que resultaram de um acidente no IP4 a envolver um autocarro e três veículos ligeiros, em que um deles se incendiou.
Um exercício que decorreu na sequência de uma formação organizada pelo Grupo de Trauma e Emergência, uma associação nacional, e que pretendeu pôr à prova o plano de emergência do Hospital de Bragança.
Para a realização do exercício foram criados circuitos diferentes para que não interferissem no normal funcionamento da urgência.
Foi a primeira vez que se realizou um simulacro abrangendo em simultâneo as áreas do pré-hospitalar e do intra-hospitalar, sendo criados locais específicos para receber as vítimas.
Para estas situações é constituído um gabinete de crise que definiu o nível dois de gravidade, “em que se torna necessário convocar os médicos e enfermeiros que estão de prevenção” explica Henrique Capelas, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar, sendo que no nível um “os funcionários que estão de serviço naquele momento são capazes de responder à situação”. Já o nível três “seria o colapso do hospital e teríamos de convocar outras unidades”.
Para o director clínico, estes exercícios são fundamentais para que os profissionais estejam preparados para responder a situações como esta.
“Até cerca de 30 pessoas temos capacidade porque temos condições sendo que a ampliação na área da consulta externa veio facilitar estas situações com espaços de referenciados conforme a gravidade” afirma Sampaio da Veiga.
No final do simulacro, Filomena Correia, coordenadora médica do Grupo de Trauma e Emergência e responsável pela avaliação do exercício, afirmava que o Hospital de Bragança está preparado para lidar com situações de catástrofe. “O resultado final foi satisfatório pois identificaram-se correctamente os locais onde era necessário fazer a triagem, sendo criada uma zona de expansão para receber os doentes críticos”.
17 profissionais do Centro Hospitalar participaram nesta formação, entre médicos e enfermeiros.
A acção vai ser repetida nos hospitais de Macedo e Mirandela.
Neste exercício, uma das supostas vítimas teve mesmo de ser hospitalizada por causa de uma hipotermia.



Publicada in "Rádio Brigantia" (21-04-2008)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Tuberculose: Novo surto em Abreiro obriga a rastreio na aldeia de Bragança com maior incidência

Mirandela, Bragança, 18 Abr (Lusa) - A população de Abreiro, no concelho de Mirandela, vai ser sujeita a um rastreio da tuberculose depois do aparecimento de um novo surto na aldeia com maior incidência da doença no distrito de Bragança.
A responsável distrital pelo programa da tuberculose, Fátima Valente, confirmou hoje à Lusa que o rastreio deverá ocorrer dentro de duas semanas.
Este é o prazo necessário, segundo a responsável, para preparar todos os procedimentos, nomeadamente destacar recursos humanos.
Fátima Valente confirmou que um habitante de Abreiro se encontra internado no hospital de Mirandela com tuberculose, uma doença altamente contagiosa.
O rastreio geral foi pedido pela população, depois deste internamento e de o rastreio aos familiares ter detectado outros casos, nomeadamente em crianças em idade escolar, que deixaram de frequentar os estabelecimentos de ensino por precaução.
Segundo informações prestadas à Lusa pelo presidente da junta de freguesia, José Viriato, a autarquia já tinha afixado um edital a anunciar uma sessão pública de esclarecimento para segunda-feira à tarde com o delegado de Saúde concelhio, na Casa do Povo.
De acordo com o autarca, a população começou a reclamar outras medidas e as autoridades sanitárias decidiram fazer uma reavaliação da situação aos cerca de 182 residentes.
Já no ano passado, esta aldeia tinha sido sujeita a um rastreio em que foram detectados dois casos de doença e a presença do bacilo em 10 por cento da população rastreada, segundo a médica Fátima Valente.
“Esperamos que desta vez não haja as recusas que houve no anterior”, disse.
Qualquer pessoa tem direito, perante a lei, de recusar fazer um exame médico.
“Mas as outras pessoas também têm direito à segurança”, considerou a médica, apelando à colaboração de todos.
A responsável distrital pelo programa da tuberculose lembra que nos casos tratados preventivamente, “a probabilidade de as pessoas adoecerem é praticamente nula.
Quem estiver infectado, ainda que sem sintomas, e não se tratar, tem 10 por cento de probabilidades de adoecer nos dois anos seguintes à infecção, de acordo com a médica.
Para prevenir, a população deverá aderir à quimioprofilaxia, a que se resume o rastreio da doença que vai ser novamente efectuado a esta população.
Ninguém sabe explicar estes surtos de tuberculose na aldeia, que já ganhou ao nível do concelho o estigma da doença.
Apenas se sabe oficialmente que, apesar de estar dentro da média nacional, apresenta a maior incidência da doença no Distrito de Bragança.
Na aldeia conta-se que a tuberculose foi detectada há alguns anos entre uma família, que foi submetida a tratamento.
Em 2007, foram detectados novos casos entre diferentes pessoas da localidade, o que levou ao rastreio anterior.
De acordo com a responsável distrital do programa de tuberculose, os casos recentes resumem-se a uma família.




publicado in Lusa escrito por HFI (19 de Abril de 2008)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Centros de saúde abertos até chegada do helicóptero

A ministra da Saúde garantiu em Bragança que o atendimento à noite nos centros de saúde do distrito de Bragança, se mantém até estar instalada e testada a rede de emergência pré hospitalar




Desde Janeiro deste ano que se aguarda pela chegada de um helicóptero que vai ficar sedeado em Macedo de Cavaleiros e servir todo o distrito de Bragança em situações de urgência. O equipamento vai integrar a rede de emergência préhospitalar que, quando instalada e testada, levará ao encerramento dos centros de saúde à noite, feriados e fins-de-semana. Esta decisão consta do protocolo assinado em finais de Abril do ano passado pelos autarcas do distrito e pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), uma política que, ao que tudo indica, vai ser seguida à letra pela actual ministra da Saúde, Ana Jorge. De visita a Bragança a governante deixou claro que manter uma “porta aberta” nos centros de saúde não significa “segurança” para os utentes. “Quando o caso de saúde é grave os utentes devem ser encaminhados para uma verdadeira urgência Hospitalar”, argumentou considerando que manter os centros de saúde abertos com um médico em presença física ou à chamada, não garante a resposta necessária. O referido protocolo estipulava que no prazo de um ano os meios de socorro deviam estar todos instalados mas continua a faltar o helicóptero, um dos equipamentos mais importantes. “O processo de aquisição do helicóptero é complexo, houve atrasos que ultrapassaram a nossa vontade”, disse sem revelar exactamente quando vai chegar esse meio à região. “O que posso garantir é que enquanto não estiver essa rede de emergência a funcionar nada vai encerrar”, reforçou. Ana Jorge esteve recentemente no distrito para visitar e inaugurar diversos equipamentos, nomadamente, no Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE), onde “inaugurou” o novo pavilhão de consulta externa, em funcionamento desde finais de 2007. “Estas obras trazem maior humanização aos serviços que aqui são prestados”, comentou depois de
visitar o novo espaço que reúne agora as consultas das diversas especialidades anteriormente dispersas por todo o Hospital. No entanto, o presidente do conselho de administração do CHNE, Henrique Capelas, apontou uma falha à obra: “Precisava de uma sala de espera ainda maior”, disse. Isto porque apesar de as consultas serem marcadas por hora, uma boa parte dos utentes surge logo pela manhã que é quando chegam à cidade os autocarros oriundos dos diversos concelhos. “As pessoas só têm transporte de manhã e como não têm para onde ir até à hora da consulta vêm para a aqui”, constatou justificando desta forma o facto da sala de espera estar constantemente lotada. Henrique Capelas aproveitou ainda a presença da governante para sumariamente lhe apresentar o projecto de remodelação em curso no Hospital de Bragança, explicando-lhe também a importância de outros projectos desenvolvidos nas unidades de Macedo e Cavaleiros e Mirandela. Em Macedo de Cavaleiros Ana Jorge visitou as duas novas salas do bloco operatório, que funcionam com cirurgias programadas, essencialmente na área da ortopedia e otorrino. Esta obra custou dois milhões de euros e está a funcionar já desde Junho de 2007. Ainda em Macedo de Cavaleiros estão em curso as obras de remodelação do antigo centro de saúde que vai dar lugar a uma unidade de convalescença. As obras arrancaram em Março deste ano.




Centro de cirurgia de ambulatório vai acabar com listas de espera


Em Mirandela, com um custo também de dois milhões de euros, foi inaugurado o Centro de Cirurgia de Ambulatório e o Laboratório de Analises Clínicas. As cirurgias de ambulatório podem acabar com as actuais listas de espera que, por exemplo, na área da oftalmologia chegam aos seis meses. “Temos nesta altura 454 utentes em lista de espera para pequenas cirurgias oftalmológicas”, informou o director de serviços, Faria Pires. Este especialista era o único que fazia estas pequenas cirurgias em Mirandela e vai passar a contar com o reforço de mais três oftalmologistas de Bragança, o que significa que em pouco tempo a lista de espera pode ser reduzida para menos de um mês. Ana Jorge admitiu, inclusive, a possibilidade

do CHNE vir a estabelecer um protocolo com a ARSN, no sentido de “combater as listas de espera de outros Hospitais noutros distritos”. A governante, depois de visitar as instalações, garantiu que a nível de equipamentos e tecnologias este centro está ao nível “dos melhores da Europa”.


Escrito por Ana Fragoso in "A Voz do Nordeste" (10-4-2008)

sábado, 5 de abril de 2008

Cerca de 600 AVCs por ano

Mirandela foi uma das 12 cidades do país que prmoveu acções de prevenção sobre os acidentes vasculares cerebrais

O distrito de Bragança é o que regista a maior percentagem de casos de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC). Segundo Ilda Matos, adjunta do director clínico do Centro Hospitalar do Nordeste (CHN), acontecem cerca de 600 casos de AVC no universo de 150 mil habitantes.
Aquela responsável admite que se trata de uma "incidência elevada" que se deve à prevalência dos factores de risco, principalmente "porque o distrito tem uma pirâmide etária invertida, com muitos idosos". No entanto, também admite que existe alguma "falta de controlo nos chamados factores de risco modificáveis", como é o caso da hipertensão, do aumento do colesterol, obesidade, tabagismo e uma vida sedentária.
Por isso, "a aposta deve ser na prevenção", disse Ilda Matos, no centro cultural de Mirandela, na passada segunda feira, durante a campanha de sensibilização e rastreio à população sobre aquela que é a primeira causa de morte em Portugal, para assinalar o Dia Nacional do Doente com AVC, que aconteceu em mais 11 cidades do país.
Em Mirandela, aderiram à iniciativa mais de três centenas de pessoas. Foram detectados 15 casos dentro do grupo de risco e a necessitarem de uma vigilância mais apertada. "As pessoas mostram-se preocupadas com a sua saúde, embora pouco façam no sentido da prevenção", acrescentou aquela profissional de saúde. Estudos internacionais provam que uma, em cada cinco pessoas, que tenha um AVC, morre nos trinta dias seguintes. Muitos ficam com incapacidade grave, o que "leva a mudar o modo de vida do doente e dos familiares".
Em Portugal o AVC tem uma dimensão alarmante. A sua taxa de mortalidade é de cerca 200, em cada 100 000 habitantes (o que corresponde a morrerem em cada hora 2 portugueses), sendo de mais elevada na União Europeia. É responsável pelo internamento de mais de 25 000 doentes por ano e por elevado grau de incapacidade.
Estes números ajudam a compreender a importância e o peso individual, familiar e social desta doença e reforçam a necessidade de implementar medidas para a combater. Foi com essa finalidade que aconteceram as acções promovidas dia 31 de Março protagonizadas pela Sociedade Portuguesa de AVC, pela unidade de AVC e o serviço de neurologia de Centro Hospitalar do Nordeste.
Ilda Matos revela que deve dar-se atenção às alterações na face, na fala e na força. "A confirmarem-se alguns destes sintomas deve ligar imediatamente o 112".

Escrito por Fernando Pires in "Mensageiro" (4 de Abril de 2008)




Risco Vascular
Prevenir a doença passa, desde logo, por adequar a forma de estar na sociedade, alterando o estilo de vida, mas também, e em concreto, por tratar e controlar a hipertensão, a diabetes e o excesso de gordura no sangue (colesterol e triglicerídeos), mantendo os valores o mais próximo possível do normal.
Entre as medidas gerais a adoptar, contam-se a redução da ingestão de gorduras e das calorias, provenientes principalmente das sobremesas e alimentos de fast-food. Deve-se, igualmente, aumentar o consumo de vegetais (hortaliças e legumes), preferir o peixe em relação à carne, ingerir três a quatro peças de fruta por dia, aumentar o consumo de produtos integrais (pão e cereais), moderar o consumo de leite, queijo e iogurtes (preferindo sempre os magros), promover o abandono do tabagismo, a diminuição do consumo de bebidas alcoólicas e a prática de actividade física regular.

Ministra da Saúde vem a Bragança

Ana Jorge vai inaugurar as intervenções realizadas no Centro Hospitalar

A ministra da Saúde, Ana Jorge, esteve na passada sexta-feira em Bragança para inaugurar a consulta externa da unidade hospitalar de Bragança, o bloco cirúrgico da unidade hospitalar de Macedo de Cavaleiros, o Centro de Saúde de Mirandela e o Centro de Cirurgia de Ambulatório da unidade hospitalar de Mirandela. Alguns destes equipamentos já se encontram a funcionar enquanto que outros foram recentemente intervencionados. Ana Jorge vai proceder ainda à assinatura de um protocolo de cedência das instalações do Ministério da Saúde à Associação de Diabéticos de Trás-os-Montes e irá depois visitar a Unidade de Cuidados Continuados de Vila Flor.

Escrito por Carla A. Gonçalves in "Mensageiro"