sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Médicos não vêm para Bragança

Centro Hospitalar do Nordeste denuncia falta de especialistas em várias áreas e diz-se aberto a novas contratações


O Centro Hospitalar do Nordeste precisa de médicos especialistas em várias áreas, como é o caso da Pediatria e está disponível a efectuar contratações. No entanto, segundo revelações do presidente do conselho de administração, Henrique Capelas, à margem de uma conferência de imprensa, o problema é que não há especialistas disponíveis para virem para a região.
O presidente admite mesmo o “perigo real” de não haver médicos em algumas especialidades mas garante que, se tal acontecer, os serviços não serão mantidos.
“A população pode estar certa que, se não tivermos médicos, não vamos ter serviços de fachada. Só teremos as especialidades a funcionar se tivermos médicos suficientes para tratar das pessoas”, declarou.
Confrontado com o problema da urgência pediátrica da unidade hospitalar de Mirandela, Capelas admitiu a disponibilização para contratar mais profissionais, muito embora a urgência pediátrica já esteja a funcionar.

Escrito por: Carla A. Gonçalves in Mensageiro, 24-01-2008

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Reorganização e organização na saúde ainda "assusta" transmontanos

A população sabe que depois de instalada a anunciada rede de emergência pré-hospitalar, o atendimento nocturno nos centros de saúde acaba. A decisão está tomada mas ainda há quem insista na necessidade de manter no distrito o regime de excepção, com um médico de prevenção que possa responder aos casos de doença aguda.Dentro de alguns meses, depois de serem colocadas duas ambulâncias de Suporte Intermédio de Vida (SIV) e um helicóptero no distrito, vai acabar o atendimento nocturno e aos fins-de-semana nos Centros de Saúde de Bragança. Devido às distâncias que separam os concelhos e à falta de uma rede de emergência pré-hospitalar, o ministro da Saúde criou um regime de excepção transitório no distrito, assegurando o atendimento em cada um dos concelhos com um médico em prevenção. As mudanças correram bem, as demoras dos clínicos não ultrapassam os sete minutos até porque uma boa parte dos médicos acaba por se manter em presença física nos serviços de atendimento. É este regime de excepção que utentes, médicos e autarcas querem que se mantenha mesmo depois de ser criada a rede de emergência pré-hospitalar. “Isto é uma injustiça, deixarem-nos aqui completamente desprotegidos, então se tivermos uma dor à noite temos de ir a Bragança”, afirmou com indignação Carlos Ferreira, um utente de Algoso, concelho de Vimioso, já a contar com viagens superiores a 40 minutos se precisar ser visto por um médico. João Frias, de Vimioso, questiona a política incompreensível dos governantes do país: “Antes tínhamos um centro de Saúde velho, tínhamos urgências, internamento, tudo, agora com um edifício novo, tiram-nos tudo”, dizia enfurecido. “Aqui os nossos vizinhos em Espanha se tivessem um centro de saúde destes faziam maravilhas”, acrescentou. Narciso da Veiga, residente em Caçarelhos, considera “dramático”, o encerramento de “urgências” nos centros de saúde: “E depois ainda dizem que querem combater a desertificação, assim ninguém pode ficar aqui, tiram-nos tudo até os serviços básicos”, reagiu.E quem conhece bem esta “agonia” dos utentes são os médicos de família, preocupados com os muitos casos que, não sendo classificados como “urgências”, são situações preocupantes que exigem um atendimento rápido e próximo. “Até concordo que as urgências sejam de imediato encaminhadas para os hospitais, mas o problema são as doenças agudas, que resposta é que vamos dar a uma doente que à noite tenha uma crise renal ou a uma criança como uma crise febril”, questionou Marcelino Marques da Silva, director do Centro de Saúde de Vila Flor. Em finais de Abril do ano passado os autarcas do distrito acabaram por assinar um protocolo com a Administração Regional de Saúde do Norte, onde constava a decisão de acabar com o atendimento à noite aos fins-de-semana, depois de criada a rede de emergência. O governador civil, Jorge Gomes, reiteradamente explica que esse atendimento só vai acabar quando a eficácia dos novos meios estiver comprovada no terreno. Ora, Américo Pereira, presidente da Câmara de Vinhais, acredita que o próprio sistema vai demonstrar a necessidade de manutenção de um médico de prevenção em cada um dos centros de saúde: “Faz todo o sentido e por isso acredito que é assim que se vai manter no futuro”, afirmou.As duas SIV devem chegar à região até finais de Março, o helicóptero só em meados do ano. Uma das ambulâncias vai ficar estacionada em Miranda do Douro, outra em “Torre de Moncorvo durante o dia e em Freixo de Espada à Cinta à noite”, revelou José Santos, presidente da Câmara de Freixo. O helicóptero vai ficar em Macedo de Cavaleiros. Entretanto vão ser criadas duas Unidades Básicas de Urgência, que terão em permanência, dois médicos ao serviço, uma em Mogadouro outra em Macedo de Cavaleiros. Berta Nunes, coordenadora da Sub-região de Saúde de Bragança, adiantou que “está tudo” em preparação. Nesta altura em Mogadouro estão em fase de criação todas as condições necessárias: “Vamos ter radiologia em permanência, estamos a instalar meios para a realização de análises, a reforçar as equipas de enfermagem, etc”. A maior dificuldade assenta no recrutamento de mais médicos dado que os sete clínicos que trabalham em Mogadouro não são suficientes para garantir o atendimento permanente. “Temos de nos socorrer de médicos de outros concelhos”, disse. A responsável disse ainda à Voz do Nordeste que na área da Telemedicina já foi feito um “upgrade” da largura de banda para permitir o perfeito funcionamento do sistema. Por exemplo na teleradiologia, os ficheiros transmitidos pela Internet eram bastante pesados o que tornava o sistema lento e inoperacional. “Com o aumento da largura de banda acreditamos que já não existem razões para que as coisas não possam funcionar em pleno”, explicou.


Atendimento nocturno nos centros de saúde aumentou

No último ano, mesmo com um médico nos centros de saúde apenas de prevenção, o número de atendimentos entre as 00h00 e as 08h00 até registou um ligeiro aumento. Tomámos como referencia o mês de Dezembro. Em termos globais, em 2006, a média de atendimentos foi de 1,3 e em 2007 de 1,4. No período entre as 20h00 e as 24h00 a procura foi maior: em 2006 a média foi de 4 utentes por noite, em 2007 passou para 4,4. A procura continua a ser pequena mas a cada um destes números estatísticos corresponde um ser humano que merece tanto respeito e cuidado como quem vive no litoral do país.



Linha Saúde 24 pouco utilizada

Apesar de todas as campanhas nacionais de divulgação da linha Saúde 24, muitos utentes transmontanos, quando questionados sobre a sua utilização ainda respondem com outra pergunta: “O que é isso?” O numero grátis 808 24 24 24, de aconselhamento médico, não tem tido grande procura na região, aliás, a própria coordenadora da Sub-Região de Saúde confirma que Bragança é o distrito onde se verifica menor procura. Marcelino Marques da Silva, médico de família, não estranha esta realidade, compreendendo “as dificuldades de comunicação” de muitas pessoas idosas, a iliteracia e até a atrapalhação natural de quem está doente e precisa de ajuda, sobretudo por telefone. Esta linha serve para aconselhamento e encaminhamento das mais variadas situações. Do lado de lá, técnicos especializados fazem uma espécie de “avaliação” do problema aconselhando o utente em relação aos procedimentos a adoptar ou até mesmo encaminhando o doente para as urgências, se for caso disso.

Escrito por: Ana Fragoso in A voz do Nordeste, 24-01-2008

CHNE quer duplicar cirurgias de ambulatório

Unidade de Cirurgia de Ambulatório fica em Mirandela

Dentro de poucos dias vai ser inaugurada em Mirandela a Unidade de Cirurgia de Ambulatório do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE). Foram investidos nesta nova estrutura mais de dois milhões de euros que garantem “condições de excelência para a realização de cirurgias em regime de ambulatório”, reconheceu Fernando Araújo, presidente da Comissão Nacional para o Desenvolvimento da Cirurgia de Ambulatório (CNDCA). Este responsável visitou as três unidades hospitalares do distrito de Bragança para com os responsáveis locais avaliar as potencialidades e os constrangimentos locais e adiantou que esta comissão vai propor a implementação dessa unidade de ambulatório, integrada na rede nacional, em Mirandela. Essa era, de resto, uma das aspirações do presidente do Conselho de Administração do CHNE, Henrique Capelas. “Para a criação dessa unidade tínhamos o constrangimento das estruturas físicas que é ultrapassado com as obras realizadas em Mirandela”, explicou Fernando Araújo. A região apresenta outros constrangimentos, nomeadamente as distâncias. A cirurgia de ambulatório permite que o doente possa receber alta no mesmo dia em que é sujeito à intervenção, em regiões como Bragança, com enormes distâncias e vias de comunicação ainda deficitárias, essa situação pode ser um problema. “Como a lei permite o internamento por uma noite esse problema poderá ser também ultrapassado”, acrescentou aquele responsável. No CHNE apenas 15 por cento das cirurgias realizadas são efectuadas em regime de ambulatório. Doravante o objectivo é conseguir ultrapassar a margem dos 30 por cento e uma das áreas clínicas em que esse tipo de intervenções pode ser mais significativa é precisamente na oftalmologia, a especialidade com maior lista de espera. “Temos listas de espera que ultrapassam os 120 dias, queremos reduzir esse tempo pelo menos em 30 por cento”, referiu Capelas. Em 2006 realizaram-se no CHNE 6772 intervenções cirúrgicas, das quais 4794 programadas. Dentro das cirurgias programadas, apenas 738 foram realizadas em regime de ambulatório. Em 2008 o CHNE aspira realizar duas mil intervenções em ambulatório. Esta actividade vai-se centrar em Mirandela, podendo em Macedo de Cavaleiros funcionar um núcleo de cirurgias de ambulatório mas apenas na área da ortopedia, já que a especialidade está concentrada nessa unidade de saúde.Henrique Capelas continua a insistir que a nova unidade que vai abrir portas em Mirandela nasce para servir todo o nordeste.
Escrito por: Ana Fragoso in A voz do Nordeste, 24-01-2008

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Urgência pediátrica em risco




Falta de médicos coloca em risco o Serviço





A administração do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) está com dificuldade em assegurar a urgência pediátrica na Unidade de Saúde de Bragança, devido à falta de especialistas, agravada com a recente baixa de uma pediatra. A situação poderá levar ao encerramento da Urgência Pediátrica do Hospital de Mirandela. O Mensageiro apurou que, desde Junho de 2007, que o director do serviço de pediatria do CHN tem vindo a informar a administração da dificuldade em prestar um serviço eficiente e de qualidade, nas duas unidades de saúde. Em Mirandela existem três pediatras e em Bragança apenas um, dado que uma profissional está com um atestado médico de longa duração. Esta falta de recursos humanos leva a que exista uma maior mobilidade dos médicos, o que tem causado algum incómodo. Nos últimos dias, conselho de administração e director de serviços reuniram para tomar decisões sobre esta situação, ficando praticamente assente que a urgência e o internamento de pediatria ficaria apenas concentrado em Bragança, tendo em conta que ali existe a maternidade e a neonatologia. (...) O director clínico admitiu a falta de recursos humanos na especialidade e que são obrigados a tomar algumas decisões temporárias.

Texto com supressões
Escrito por: Fernando Pires in Mensageiro de Bragança, 10-01-2008

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

CHNE marca presença em Toro

CHNE marca presença em Toro

Doentes crónicos expõem trabalhos


A Feira Medieval realizada no passado fim-de-semana em Toro, Espanha, apresentou os trabalhos realizados pelos doentes crónicos do foro psiquiátrico da Unidade de Doentes de Evolução Prolongada (UDEP) do CHNE (Centro Hospital do Nordeste). Canetas, T-shirts, Pins e Porta-chaves são objectos que os doentes fabricam na Oficina Laboral da Quinta da Trajinha e que estiveram à disposição dos milhares de visitantes da Feira, integrada na tradicional Festa da Vindima. Este género de iniciativas prende-se com o objectivo de fomentar a reabilitação dos doentes de foro psiquiátrico, promovendo junto da comunidade o reconhecimento das capacidades laborais destas pessoas. A participação na Feira surge integrada no programa transfronteiriço Interreg IIIA/ UDEP e foi organizada pela Fundação Intras, um dos parceiros do CHNE, que também esteve presente na feira de artesanato em Bragança, no passado mês de Maio.


in Jornal Regional
"Consulta a Tempo e Horas" em Bragança
Marcação de consultas de especialidade online evitam deslocação dos utentes



Entrou hoje em funcionamento um novo sistema informático Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) que irá facilitar a relação entre a população do distrito de Bragança e as principais unidades de saúde, no que diz respeito à marcação de consultas de especialidade.
De acordo com uma nota do CHNE, acabaram as tradicionais credenciais que o médico de família tinha de passar ao utente sempre que era necessária uma consulta em qualquer especialidade e que obrigavam o utente a deslocar-se à unidade hospitalar mais próxima para marcar a consulta.

Agora este trabalho é feito nos centros de saúde, evitando "papelada" e as deslocações dos utentes num distrito com deficientes acessos. As consultas são marcadas através de comunicação electrónica entre os centros de saúde e as três unidades hospitalares da região, em Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela.

O projecto, denominado "Consulta a Tempo e Horas", está integrado no programa Simplex (desburocratizarão na administração pública) para a área da Saúde.


in Jornal de Notícias (Segunda-feira, 15 de Outubro de 2007)