quarta-feira, 18 de junho de 2008

Médicos de leste e brasileiros substituem clínicos espanhóis

Os médicos espanhóis estão a abandonar o distrito de Bragança.
Sobretudo nos últimos dois anos metade dos clínicos que trabalhavam nos centros de saúde regressaram a Espanha.
Contratos mais atractivos no país de origem estão a aliciar os médicos a voltar a casa e consequentemente a abandonar a região.
Em 2006, havia na sub-região de saúde de Bragança, cerca de 14 clínicos. Agora são sete.
“Anteriormente nós tínhamos vários médicos espanhóis que vinham fazer a especialidade em medicina geral nos centros de saúde e ficavam cá” a afirma coordenadora da sub-região de saúde de Bragança. “Em 100 médicos de família, que é o total que temos nos centros de saúde, tínhamos 14 médicos, mas nos últimos dois anos perdemos sete e não têm vindo mais médicos espanhóis a ocupar as vagas do internato da especialidade” adianta Berta Nunes. A responsável entende que esta situação “se deve ao facto de na Galiza e em Castilla e Léon os médicos estarem a ser mais procurados e serem oferecidos outros contratos que devem ser mais atractivos e que os leva a sair”.
Para substituir estes médicos têm vindo a ser contratados outros profissionais, alguns vindos de países de leste. “Há sempre alguma dificuldade em contratar médicos para o interior mas nós temos conseguido fazer contratos com clínicos de outra nacionalidades nomeadamente dos países de leste, brasileiros e alguns dos PALOP que estão, de certa forma, a colmatar essa falha”, refere.
Já no Centro Hospitalar do Nordeste, esta situação não se verifica.
Segundo o director clínico, os médicos espanhóis que ali prestam serviço não têm manifestado interesse em sair. “São 14 médicos” afirma Sampaio da Veiga. “Nove são do quadro de especialistas como a neurologia, anestesia e cirurgia, e cinco de medicina geral que participam no serviço de urgência”. O responsável explica que “neste momento estão todos a trabalhar e não houve nenhuma denúncia de contrato nem sentimos qualquer dificuldade em mantê-los”.
Sampaio da Veiga garante que os profissionais estão perfeitamente integrados, sendo que alguns já constituíram família em Portugal.




Publicado in "Rádio Brigantia" (18 de Junho de 2008)

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